terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A serenata desafiando as relações virtuais do século XXI

Se pensarmos em algo realmente valioso com um conteúdo rico, isso estará ligado com certeza às emoções e sentimentos.... Por esse prisma, sabemos que ela com sua forma agregadora e libertadora, traz aos corações moradores de grandes metrópoles, a quebra das barreiras que isolam os seres humanos uns dos outros, também a forma fria quase robótica de interagirem, distantes do calor do olhar, do palpitar dos corações se emocionando por pequenas coisas que a vida nos dá de graça como presente todos os dias. A música em todas as suas épocas, desde tempos remotos à sua existência, traz os acordes do romance, acordando emoções e sentimentos adormecidos numa linguagem universalmente entendível, sem distinção de sexo, credo, idade, cor, raça ou nacionalidade.
Transpor a realidade dos sentimentos é tarefa nobre e nada melhor do que oferecer uma Seresta como demonstração de todo afeto que se possa expressar... As serenatas resistem aos tempos e hoje são porta vozes de todo o tipo de público e enredo. Interessante perceber as diferentes maneiras de se falar de amor aos moldes de antigamente, mas com roupagem tecnológica. 

O visual propriamente dito remete-nos aos anos 20 e 30 mas a maneira de capturar toda essa emoção já está nos pendrives, notebooks, tablets e celulares do século XXI. Assim o grupo Serenata & Cia, conhecido por levar serenatas à todos os ambientes (corporativo e social) descreve parte deste universo pouco conhecido, mas muito vivenciado das intimidades paulistas. Fredi Jon, responsável pelo grupo diz que, na visão do cliente, a urgência em atingir logo o objetivo sentimental soma-se hoje a criatividade e a possibilidade de um grupo de seresteiros serem porta-vozes de seu desespero. Se o contratante estiver presente, mas escondido ou não, fica fácil identificar os resultados de sua ação, caso esteja ausente sempre haverá um “cumplice do coração” para poder lhe enviar depois um arquivo digital de uma emoção real. 

Uma cidade grande esconde muitos corações solitários e cada vez mais ausentes de sí e do outro também.
Envelhecer na cidade significa perder as antigas referencias de lugares, pessoas e histórias vivenciadas por conta do dinamismo arquitetônico que caminha sempre em passos largos e definidos. O coração e o progresso sempre estão num descompasso muito evidente diante as opiniões de diferentes gerações. Resta agora aguardar o que a nova geração pode fazer com esse abismo que cresce entre uma relação amorosa de fato e as virtuais. A tecnologia, por um lado pode manter os jovens ocupados com robôs sexuais, ações virtuais eróticas em 3D e muitas novidades que o mercado do sexo digital está preparando, mas por outro lado ajuda manter essa memória afetiva que a serenata pode resgatar e multiplica isso em números infinitos diante às mídias sociais. 

A serenata por sí só cria elos através da música e parentescos quase surreais por conta dos resultados. São pessoas oferecendo aos músicos da serenata: dormitórios e refeições, suas histórias mais íntimas e impactantes, suas estranhas realidades e suas maiores ilusões e desilusões também. Algumas das frases de Fredi Jon neste universo das serenatas são: “É incrível perceber como as pessoas precisam de música, de serem ouvidas, de serem entendidas e principalmente de serem amadas. ” “A função da serenata é fazer essa fusão entre os sentimentos a serem resgatados, ou intensificados e a música sendo sua trilha sonora. ” “O preço da emoção é a condição de se expor e mostrar que tudo depende de quanto se acredita no amor pra sair da matrix emocional. ”


Fredi Jon - Serenata & Cia


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